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A Braskem (BRKM5) foi condenada pelo Tribunal de Roterdã, na Holanda, pelo afundamento do solo em bairos de Maceió causado pela mineração feita durante anos pela empresa. A decisão determina o pagamento de indenizações aos autores da ação – os valores não foram revelados. A Braskem pode recorrer da decisão.

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Embora essa decisão se aplique individualmente ao caso analisado pela jutiça holandesa, uma decisão favorável às vítimas pode ser usada como jurisprudência em outros casos.

Para o Tribunal de Roterdã, as subsidiárias da Braskem que ficam na Holanda, e que também eram rés na ação, não são responsáveis pelos danos causados aos bairros de Maceió.

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Ao InfoMoney, a Braskem afirmou que apresentou proposta de compesação financeira a 99% dos moradores afetados pelo afundamento do solo, inclusive aos nove autores da ação na Holanda. A empresa não confirmou se vai recorrer da decisão e reafirmou seu compromisso “com a segurança das pessoas e com a conclusão das indenizações no menor tempo possível, bem como com o desenvolvimento de medidas para mitigar, reparar ou compensar os efeitos da subsidência”, diz a nota da empresa.

“Para essas ações, a Braskem tem provisionados R$ 15,5 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões já foram desembolsados. Essas são prioridades da empresa e, por isso, continuará desenvolvendo seu trabalho, de forma diligente, em Maceió”, finaliza.

Esse grupo de nove moradores de Maceió procurou a Justiça da Holanda em 2020 para pedir indenizações integrais aos imóveis que perderam com o episódio.

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Histórico

A condenção na Holanda é mais um capítulo do problema que a empresa enfrenta. Foi aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o afundamento do solo em Maceió que a empresa tem responsabilidade pelo fenômeno iniciado em 2018.

A CPI foi instalada no Senado em dezembro do ano passado para investigar o papel da empresa no afundamento do solo de bairros de Maceió, após décadas de atividade de extração subterrânea de sal-gema na região. Cerca de 200 mil pessoas foram afetadas, direta ou indiretamente, segundo o governo de Alagoas.

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Arantes disse que a petroquímica, durante o processo de negociação com as famílias que foram forçadas a abandonarem suas casas por causa dos riscos de desabamento de imóveis, não teve o interesse de “causar qualquer dano às pessoas”, dando “ampla oportunidade e amplo prazo” para que as vítimas fossem amparadas.

Em meados de março, o diretor financeiro da maior petroquímica da América Latina, Pedro de Freitas, afirmou que a Braskem espera a conclusão do preenchimento com areia das cavidades subterrâneas geradas pela mineração “no final de 2026” ante expectativa anterior de finalização até o fim de 2024.

A empresa havia reservado até o final do ano passado R$ 15,5 bilhões em provisões para os trabalhos de fechamento de minas, indenização das famílias e execução de medidas cobradas por autoridades na cidade. Desse total, R$ 9,5 bilhões foram desembolsados até o final do ano passado, afirmou a Braskem na ocasião.

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