O presidente Volodymyr Zelensky disse nesta segunda-feira (19) que as forças ucranianas controlavam mais de 1.250 quilômetros quadrados e 92 vilarejos na região russa de Kursk.

Ele pediu aos aliados da Ucrânia que permitam ataques com armas ocidentais em território russo, dizendo que a falta dessa permissão era o principal motivo pelo qual a Ucrânia não conseguia impedir os avanços das tropas russas na linha de frente no leste.

“O conceito ingênuo e ilusório das chamadas linhas vermelhas em relação à Rússia, que dominou a avaliação da guerra por alguns parceiros, desmoronou nesses dias em algum lugar perto de Sudzha”, disse ele em um discurso a embaixadores, referindo-se à cidade fronteiriça na região russa de Kursk, atualmente sob controle ucraniano.

As forças ucranianas enfrentam uma dura batalha perto de Pokrovsk, que é um centro de transporte. As tropas russas estão agora a cerca de 10 km dos arredores da cidade, segundo Serhiy Dobriak, chefe da administração militar local.

Ele disse que até 600 pessoas estão indo embora diariamente e que os serviços municipais poderiam ser interrompidos dentro de uma semana, à medida que as forças russas se aproximassem.

A guerra, que já matou dezenas de milhares de pessoas e devastou cidades em toda a Ucrânia, não mostra sinais de abrandamento. Kiev espera que Moscou aumente suas forças na Ucrânia de 600.000 atualmente para 800.000 até o fim do ano, disse o vice-ministro da Defesa ucraniano, Ivan Havryliuk, à imprensa da Ucrânia.

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Pontes sob ataque

Moscou disse nesta segunda-feira que a Ucrânia atingiu uma terceira ponte perto do rio Seym, em um ataque à região de Kursk, que tem como objetivo criar uma zona de proteção e desgastar a máquina de guerra da Rússia.

O país de Zelensky avança no território russo desde o seu ataque surpresa em 6 de agosto, e segue com a maior invasão a Rússia desde a Segunda Guerra Mundial.

Mas as forças ucranianas estão na defensiva em outros lugares e sofrem para proteger a cidade estratégica de Pokrovsk, onde a Rússia tem avançado nas últimas semanas em combates pesados, mais de dois anos após o início do conflito.

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“Estamos atingindo nossos objetivos”, escreveu o presidente ucraniano sobre a incursão de duas semanas em Kursk, acrescentando que mais soldados russos foram feitos prisioneiros.

A Ucrânia ainda fez comentários sobre o ataque, mas o chefe da força aérea de Kiev havia dito que suas forças destruíram duas pontes para enfraquecer a logística do inimigo. Analistas militares disseram que as pontes faziam parte de linhas de suprimento essenciais para tropas russas defendendo a área.

A Reuters não pôde confirmar de forma independente os danos às pontes ou a situação do campo de batalha em Kursk.

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Zelenskiy disse no domingo que suas tropas estavam desencadeando o que ele descreveu como “ações contraofensivas máximas” com o objetivo de criar uma “zona-tampão” e prejudicar o potencial militar de Moscou. “Tudo o que inflige baixas ao exército russo, ao Estado russo, ao seu complexo industrial militar e à sua economia — tudo isso nos ajuda a evitar a ampliação da guerra”, disse Zelensky.

(Com Reuters)