A Volkswagen cortou seu guidance pela segunda vez este ano, alertando que a diminuição da demanda vai afetar a lucratividade da montadora alemã enquanto ela enfrenta sindicatos por causa de possíveis cortes de empregos e fechamentos sem precedentes de fábricas.
A fabricante disse nesta sexta-feira (27) que agora prevê uma margem operacional de 5,6%. Isso representa uma queda em relação à previsão de até 7% em julho, quando a VW já havia reduzido suas expectativas, em parte devido aos custos esperados com o fechamento de uma fábrica da Audi na Bélgica. O fluxo de caixa líquido na divisão automotiva agora deve ser inferior à metade do nível que a empresa havia previsto.
Agora, as três principais montadoras alemãs — Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW — trouxeram alertas sobre seus lucros nos últimos meses. Todas estão enfrentando vendas mais lentas na China, onde os compradores estão hesitando devido a uma crise imobiliária profunda. A crescente concorrência em veículos elétricos também está levando a grandes descontos e reduzindo as margens, enquanto a queda na confiança do consumidor diminui a demanda por carros com motor de combustão.
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A revisão da perspectiva da Volkswagen aumenta os desafios para o CEO Oliver Blume, que alertou que os custos na Alemanha são muito altos à medida que o crescimento dos veículos elétricos desacelera e fabricantes chineses liderados pela BYD avançam na Europa.
A empresa está considerando fechamentos de fábricas na Alemanha pela primeira vez em sua história e cancelou promessas de segurança no emprego que duravam décadas enquanto tenta se tornar mais competitiva. Os executivos sinalizaram que há capacidade excedente equivalente a cerca de duas fábricas de carros, o que os coloca em rota de conflito prolongado com poderosos grupos trabalhistas.
“A notícia ajuda a argumentação da marca VW para fechar a capacidade excedente na Alemanha”, disse o analista da Bloomberg Intelligence, Giacomo Reghelin. “Assim como na Mercedes, esperamos que mais avisos de lucros sigam.”
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A VW agora espera que o fluxo de caixa líquido na divisão automotiva atinja cerca de € 2 bilhões (R$ 12 bilhões), abaixo dos € 4,5 bilhões anteriormente previstos, em parte devido a atividades de fusões e aquisições, incluindo uma parceria com a Rivian Automotive em tecnologia de veículos elétricos.
A Volkswagen informou que sua marca de carros de passeio e sua unidade de veículos comerciais estão apresentando desempenho abaixo das expectativas. A empresa destacou riscos adicionais para seu grupo de fabricação de automóveis de alto volume, que também inclui Skoda e Seat, citando uma “deterioração no ambiente macroeconômico.”
A empresa prevê que as entregas globais cairão para cerca de 9 milhões de unidades este ano, em comparação com 9,24 milhões em 2023, conforme a VW informou na sexta-feira. A montadora havia previsto anteriormente um aumento de 3%.
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