Destaque na cena política nacional dos últimos anos, o “centrão” ampliou protagonismo nas eleições municipais de 2024, com o forte desempenho de seus partidos no primeiro turno e as expectativas por mais conquistas na disputa pelas 51 prefeituras remanescentes neste domingo (27).
Só com os resultados do primeiro turno, PSD, PL, MDB, União Brasil, Progressistas e Republicanos acumularam juntos 3.987 prefeituras (de um total de 5.518 municípios que já escolheram seus representantes três semanas atrás).
As legendas também somaram com isso um contingente de 121.283.546 brasileiros governados — grupo que corresponde a 57% da população do País, considerando dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).
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Dependendo dos resultados do segundo turno, este número terminará o pleito entre 133.731.530, ou 63% da população (considerando as 17 localidades em que dois partidos do “centrão” disputam o comando do Poder Executivo em nível local), e 153.513.803 (caso vençam todas as disputas com outras legendas), ou 72% da população.
Veja a distribuição dos partidos entre população governada:
Ainda não é possível afirmar qual partido terminará as eleições municipais de 2024 com a maior população governada. A disputa está entre três partidos: PSD, PL e MDB. A sigla de Gilberto Kassab (PSD) terminou o primeiro turno à frente desta corrida e agora aposta em disputas importantes para avançar mais.
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O partido está no segundo turno em duas capitais — Belo Horizonte (MG), com o prefeito Fuad Noman, e Curitiba (PR), com o vice-prefeito Eduardo Pimentel. Além de cidades de grande porte, como Ribeirão Preto (SP), São José dos Campos (SP), Londrina (PR), Uberaba (MG), Olinda (PE) e Canoas (RS).
Apesar das disputas em aberto, o PSD já conquistou a posição de legenda com o maior número de representantes no Poder Executivo em nível local. A sigla foi a que mais avançou em número absoluto de prefeitos eleitos em primeiro turno, saindo de 657 representantes nas prefeituras em 2020 para 878 em 2024.
O salto de 33% do PSD (que pode chegar a 35%) fez com que a jovem sigla superasse o tradicional MDB no posto de mais prefeituras comandadas. É a primeira vez que isso ocorre em ao menos 20 anos.
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Da última eleição para cá, o MDB até cresceu, foi de 793 para 849 prefeituras (crescimento de 7%) − e pode chegar a 859 (+8%), dependendo dos resultados de segundo turno −, mas não o suficiente para fazer frente ao salto do PSD.
Neste domingo, a histórica sigla de Ulysses Guimarães espera eleger representantes em três capitais de peso: São Paulo (SP), com Ricardo Nunes, Porto Alegre (RS), com Sebastião Mello, e Belém (PA), com Igor Normando. Os candidatos são considerados favoritos nas respectivas disputas.
Além das capitais, o MDB tenta fazer prefeito em cidades relevantes como Aparecida de Goiânia (GO), Diadema (SP), São José do Rio Preto (SP), Franca (SP), Limeira (SP), Uberaba (MG) e Santarém (PA).
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Já o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, atingiu a marca de 510 prefeituras − 167 cadeiras a mais do que no pleito anterior, em um salto de 48%. O partido ainda pode conquistar mais 23 prefeituras no segundo turno, o que elevaria a taxa de crescimento da última eleição para cá a 55% − uma das maiores entre as legendas de grande porte, atrás apenas do Republicanos, que cresceu de 212 para 430 (+103%) entre os dois pleitos.
Como se fosse pouco, o partido liderou a disputa nas 103 maiores cidades do país − o famoso “G-103” (grupo dos municípios em que existe a possibilidade de haver segundo turno). Foram 10 eleitos nas 50 cidades que já definiram seus representantes para o Poder Executivo. São 3 a mais do que União Brasil e Progressistas, 4 a mais do que o PSD e nada menos do que o dobro do número conquistado pelo MDB.
A sigla de Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto ainda tem 23 representantes na disputa em segundo turno − o que pode levá-la à marca de 33 prefeitos eleitos nas maiores cidades do país (ou seja, pouco menos de 1 em cada 3).
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Entre as cidades que poderão eleger um prefeito do PL neste segundo turno estão as capitais Fortaleza (CE), com o deputado federal André Fernandes; Belo Horizonte (MG), com o deputado estadual Bruno Engler; Goiânia (GO), com Fred Rodrigues; Manaus (AM), com o deputado Capitão Alberto Neto; Belém (PA), com Delegado Éder Mauro; e João Pessoa (PB), com o ex-ministro Marcelo Queiroga. Mas a maioria das disputas está apertada, conforme mostrou a última rodada de pesquisas divulgadas pelos institutos.
Veja o desempenho dos partidos nas últimas quatro eleições municipais:
Além da busca pelo crescimento em administrações municipais, eleições locais costumam mobilizar grandes esforços dos partidos políticos no plano nacional, já que há forte correlação entre desempenho nas disputas por prefeituras e assentos nas Câmaras Municipais e as eleições para cargos no Congresso Nacional dois anos depois.
Os pleitos municipais também costumam dar importantes indicativos sobre lideranças políticas emergentes nos partidos, que poderão influenciar em disputas para o Poder Legislativo e o Poder Executivo nos níveis estadual e nacional.
Das duas formas, o recado das urnas em 2026 é que o “centro” será força ainda mais decisiva para os rumos da política brasileira, assumindo maior protagonismo nos debates e posição determinante para a governabilidade em diversos níveis.
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