O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak se viu obrigado a pedir desculpas publicamente nesta sexta-feira (7) por ter deixado antecipadamente as comemorações pelo de aniversário de 80 anos do desembarque das tropas aliadas na Normandia, data conhecida como “Dia D”. Ele preferiu gravar uma entrevista para a ITV sobre as eleições no Reino Unido.

Na cerimônia do final da tarde de ontem na praia de Omaha, à qual compareceram os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, além do chanceler alemão, Olaf Scholz, Sunak foi representado pelo seu ministro de Relações Exteriores, David Cameron. Hoje, ele admitiu que foi um erro não ficar mais tempo na França.

Sunak participou apenas de um evento na manhã de quinta-feira em Ver-sur-Mer, na Normandia, que também contou com a presença de Macron, do rei Charles e da rainha Camilla.

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Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro disse no X: “Eu me importo profundamente com os veteranos e tive a honra de representar o Reino Unido em vários eventos em Portsmouth e na França nos últimos dois dias e encontrar aqueles que lutaram tão bravamente”.

“Após a conclusão do evento britânico na Normandia, voltei para o Reino Unido. Refletindo, foi um erro não ficar mais tempo na França – e peço desculpas”, concluiu.

Sunak foi forçado a pedir desculpas depois que o apresentador da ITV, Paul Brand, confirmou no News at Ten que o primeiro-ministro havia retornado da Normandia para falar com ele. Brand disse que a ITV está entrevistando todos os líderes do partido e estava trabalhando para garantir um encontro com Sunak há algum tempo. “Hoje foi a vaga que nos ofereceram”, disse. “Não sabemos porquê.”

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Políticos da oposição criticaram o Sunak na manhã desta sexta-feira, dizendo que ele “envergonhou” o cargo. O líder trabalhista, Keir Starmer, disse que a decisão de Sunak de deixar a Normandia mais cedo abalou sua promessa de introduzir o serviço nacional obrigatório – destinado a imbuir os jovens de 18 anos com um senso de dever cívico.

Quando questionado se havia um descompasso entre a política de serviço nacional de Sunak e seu comportamento no 80º aniversário do Dia D, Starmer disse ao Guardian: “Acho que há, e ele terá que responder pelas escolhas que fez. Ele é o primeiro-ministro do Reino Unido. Este foi um dia de reflexão, de nos sentirmos realmente humilhados pelos esforços que outras pessoas fizeram em nosso favor”.

E acrescentou: “Para mim não havia outro lugar onde eu estaria… Só havia uma escolha, que era estar lá, prestar minhas homenagens, agradecer e ter que falar com esses veteranos.”

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Até ativistas conservadores reagiram com fúria ao ver Cameron ao lado dos líderes francês, alemão e americano. Um deles disse ao The Guardian questionou por que Sunak permitiu que um ex-primeiro-ministro (Cameron) tirasse algumas fotos ao lado de Biden em seu lugar.

“Por que deveríamos nos preocupar em continuar fazendo campanha, batendo em centenas de portas, quando Sunak parece estar fazendo tudo o que pode para arruinar completamente nossa chance de perder de uma maneira que é quase tolerável.”