O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, deve igualar o recorde de três mandatos consecutivos nesta terça-feira (4), quando os 642 milhões de votos da maior eleição do mundo forem contados.
As pesquisas de boca urna projetaram uma grande vitória para Modi e, se forem confirmadas – muitas vezes elas erraram o resultado na Índia –, os nacionalistas hindus de Modi terão triunfado em uma campanha ácida, na qual os partidos trocaram acusações de viés religioso e de serem uma ameaça para setores da população.
Os investidores já comemoraram a perspectiva de mais um mandato de Modi, esperando que ele entregue mais anos de forte crescimento econômico e reformas pró-negócios para a Índia, enquanto adversários e críticos temem que uma possível maioria de dois terços no Parlamento possa permitir grandes mudanças na Constituição.
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Quase um bilhão de pessoas eram elegíveis para votar na eleição de sete fases e sete semanas que começou em 19 de abril e terminou em 1º de junho, realizada sob um calor escaldante, com temperaturas chegando a quase 50 graus Celsius em algumas regiões.
Ainda assim, mais de 66% dos eleitores registrados compareceram às urnas, apenas um ponto percentual a menos que no pleito anterior, em 2019, aplacando os temores de que os eleitores pudessem se desinteressar pela disputa, pensando que a vitória de Modi já estava garantida.
Modi, de 73 anos, chegou ao poder pela primeira vez em 2014 prometendo crescimento e mudanças e está tentando se tornar apenas o segundo primeiro-ministro desde o líder da independência da Índia, Jawaharlal Nehru, a conseguir três mandatos consecutivos.
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Ele começou a sua campanha exibindo seu histórico no poder, como crescimento econômico, políticas de bem-estar social, orgulho nacional, nacionalismo hindu e seu compromisso pessoal de cumprir promessas, que ele chamou de “Garantia de Modi”.
No entanto, mudou de tom após um comparecimento baixo na primeira fase e acusou a oposição, especialmente o partido Congresso, que lidera uma aliança de duas dúzias de grupos, de favorecer os 200 milhões de muçulmanos da Índia – uma guinada que, de acordo com analistas, tornou a campanha grosseira e divisava.
Eles disseram que o objetivo da mudança pode ter sido estimular a base nacionalista hindu do Partido do Povo Indiano (BJP), de Modi, para levá-la às urnas. Modi se defendeu contra as críticas de que estava fomentando divisões entre hindus e muçulmanos para ganhar votos e disse que estava apenas criticando a campanha da oposição.
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Oposição se mostra esperançosa
A aliança de oposição, INDIA, liderada pelo Partido Congresso, de Rahul Gandhi, negou que favorecia os muçulmanos no país de maioria hindu e afirmou que Modi destruirá a Constituição se retornar ao poder e encerrará ações afirmativas que beneficiam as chamadas “classes atrasadas”. O BJP rejeitou essas acusações.
A aliança de oposição também prometeu mais medidas de bem-estar social e benesses, com as pesquisas dizendo que desemprego, inflação e dificuldades rurais eram as principais preocupações dos eleitores.
As pesquisas de opinião publicadas no sábado pelas emissoras de televisão após o fim da votação projetaram que a Aliança Democrática Nacional, liderada pelo BJP, pode levar uma maioria de dois terços na câmara baixa do Parlamento, de 543 membros.
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Várias pesquisas projetaram que apenas o BJP pode ganhar mais assentos do que as 303 cadeiras obtidas em 2019.
Partidos de oposição minimizaram as pesquisas, dizendo que elas não são científicas e não refletem a realidade.