As dificuldades ligadas à queda do poder de compra são o problema de ordem social que gera maior preocupação para 88% dos brasileiros em 2024. Também tiram o sono da população o aumento da taxa de juros (para 72% dos entrevistados) e, ainda que as taxas de desemprego no país tenham sido reduzidas, 63% dos brasileiros se consideram expostos ao risco de perder sua fonte de renda no curto e no médio prazo.
Os dados são da pesquisa Protect and Project Oneself, realizada pela BNP Paribas Cardif, seguradora especialista em seguros massificados, junto ao Instituto Ipsos, entre 9 de janeiro e 13 de fevereiro deste ano com mil brasileiros.
Mesmo diante desse cenário, os brasileiros tendem a pedir mais por empréstimos. O levantamento mostra que eles estão mais propensos a tomar crédito para:
Além disso, a pesquisa identificou aumento significativo na intenção da tomada de crédito em outras três situações na comparação com a edição anterior do levantamento, realizado em 2021:
- aquisição de carro: 61%, aumento de 20 pontos percentuais (p.p.);
- realização de reformas num imóvel: 61%, alta de 17 p.p.;
- e contratação de cursos: 60%, + 13 p.p.
Seguros
A pesquisa deste ano também avaliou a percepção dos brasileiros quanto aos seguros financeiros, como o prestamista, que pode amortizar parcial ou totalmente as parcelas devidas em casos de perda de renda. Os dados mostram que 63% dos brasileiros já conhecem os seguros dessa modalidade, enquanto 14% não só entendem as vantagens desse tipo de proteção financeira, como já contrataram a cobertura.
“Esses números mostram um avanço na relação dos brasileiros com os seguros, mas, ao mesmo tempo, revelam que ainda há muito espaço para o crescimento desses produtos no país dentro dos próximos anos”, analisa Marcel Dorf, diretor executivo comercial da BNP Paribas Cardif Brasil.
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Por outro lado, cerca de 77% do público brasileiro já teve ao menos uma dificuldade para adquirir um seguro de proteção financeira – incluindo termos de contrato (30%) e complexidade do serviço (23%).
Segundo Dorf, a burocracia e a linguagem complexa dos contratos de seguros (as chamadas apólices) dificultam a compreensão dos seus benefícios e acabam afastando um público em potencial. “Em 2022, fizemos uma força-tarefa de simplificação e reduzimos 70% dos riscos excluídos e 25% dos documentos exigidos nos nossos principais produtos. Também expandimos nosso catálogo de produtos com soluções mais abrangentes. Para nós, essas são iniciativas-chave para tornar os seguros mais acessíveis no Brasil”, comenta o diretor.
Cenário global
Os resultados brasileiros acompanham a tendência global de preocupação com desafios financeiros – maior do que os riscos relacionados a violência e problemas de saúde.
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A pesquisa foi realizada em 21 países na Europa, na Ásia e na América Latina, incluindo França, Espanha, Itália, Alemanha, Chile, Brasil, Peru, México, China, Coreia do Sul, Japão e Índia. Ao todo, 21 mil pessoas foram entrevistadas – todas acima de 18 anos e decisores financeiros dentro de seu núcleo familiar – para que fosse possível identificar quão preocupadas elas estão diante dos mais variados riscos da vida e da sociedade, apontando possíveis tendências para a contratação de seguros ao redor do mundo.
Em uma escala global, 79% dos participantes da pesquisa expressaram estar particularmente preocupados com os conflitos internacionais, 76% com as mudanças climáticas e 75% com a queda no poder de compra. O desemprego destaca-se como questão prioritária na América Latina e na Ásia (86% e 71% dos entrevistados, respectivamente).
A perda de renda mantém-se no topo do ranking para três quartos das pessoas ouvidas globalmente. A segurança cibernética, que foi um novo tópico adicionado à pesquisa deste ano, ocupou imediatamente a segunda posição, sendo citada como a principal preocupação por 74% dos entrevistados.
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Preocupações em relação a agressões físicas e violência (+3 pontos em comparação com 2021), além de roubo ou danos a automóveis (+2 pontos em comparação com 2021), também cresceram, ao passo que os números relativos à saúde diminuíram desde o início da crise sanitária – mas ainda são superiores aos valores registrados pré-pandemia.