NOVA YORK (Reuters) – Promotores dos Estados Unidos estão se reunindo com a Boeing e com parentes de vítimas de acidentes fatais enquanto se aproxima a data limite de 7 de julho para que o Departamento de Justiça decida se acusará criminalmente ou não a empresa fabricante de aviões, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto e uma correspondência revisada pela Reuters.
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Funcionários do Departamento de Justiça se reuniram com advogados da Boeing na quinta-feira (27) para discutir a informação de que a empresa teria violado um acordo de 2021 com o governo, disse uma das fontes. Esse acordo, conhecido como acordo de acusação diferida (DPA), protegia a empresa de processos criminais devido a dois acidentes com o modelo 737 MAX em 2018 e 2019, que mataram 346 pessoas.
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Os promotores federais também deverão se reunir com os familiares das vítimas neste domingo (30) para atualizá-los sobre o andamento da investigação, de acordo com a segunda fonte consultada. As autoridades dos EUA estão trabalhando em um “cronograma apertado”, de acordo com um e-mail enviado pelo Departamento de Justiça ao qual a Reuters teve acesso.
Os advogados da Boeing, do escritório Kirkland & Ellis, apresentaram na quinta-feira o caso aos funcionários do gabinete do procurador-geral adjunto de que o processo criminal seria injustificado e que não haveria a necessidade de romper o acordo de 2021, disse uma das fontes.
Estes apelos de empresas na mira do Departamento de Justiça são comuns quando se negocia a resolução de uma investigação governamental.
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As autoridades querem a opinião dos membros das família das vítimas enquanto analisam a melhor forma de proceder, dizia o e-mail. Promotores da divisão de fraude criminal do Departamento de Justiça e do gabinete do procurador dos EUA em Dallas participarão da reunião deste domingo, disse a mensagem.
Porta-vozes do Departamento de Justiça e da Boeing não quiseram comentar o assunto.
A Boeing disse anteriormente que “honrou os termos” do acordo e disse formalmente aos promotores que discorda da conclusão de que teria violado o acordo.
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Os promotores dos EUA recomendaram a funcionários do alto escalão do Departamento de Justiça que fossem apresentadas acusações criminais contra a Boeing depois de descobrirem que a fabricante de aviões violou o acordo de 2021, disseram à Reuters duas pessoas familiarizadas com o assunto.
Os dois lados estão em discussões sobre uma possível resolução para a investigação do Departamento de Justiça e não há garantia de que as autoridades avançarão com as acusações, disseram eles na semana passada.
(Reportagem de Chris Prentice e Mike Spector em Nova York; reportagem adicional de Allison Lampert em Montreat)