Ao lado do aumento das tarifa de importação e da diminuição de impostos, conter a imigração também está na lista das principais medidas prometidas pelo presidente eleito, Donald Trump, durante campanha nos Estados Unidos.
Mas assim como as outras propostas de destaque, sua aplicação na integralidade é de difícil execução.
A avaliação é de Eduardo Cotrim, economista, gestor e sócio da JGP, que participou do episódio 262 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.
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Mercado de trabalho apertado
Para ele, entre as “ameaças” de Trump, a deportação em massa pode não dar certo. “Quando se discutiu que o mercado de trabalho americano estava apertado, por meio do Payroll, o salário das pessoas, a taxa acima da inflação, isso fez com que o Fed (Federal Reserve) puxasse os juros para cima, a 5,25%”, recorda o gestor.
Mas, segundo ele, o fluxo de imigrantes ajudou muito a diminuir o impacto do mercado de trabalho na política monetária e na economia americana.
“Teve uma política nos últimos quatro anos que entrou muita gente nos Estados Unidos”, destaca.
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“Mas o número de empregados no mercado de trabalho, com as pessoas trabalhando nos Estados Unidos, que são americanos, hoje é o mesmo número que tinha antes da pandemia. A força de trabalho que cresceu nesses três anos, que dá mais ou menos 3 milhões de pessoas, é tudo estrangeiro”, ressalta.
“Isso ajuda a tirar pressão da economia e faz com que ela funcione melhor”, afirma.
Imigração diminuiu no primeiro governo Trump
Cotrim recorda que se pegar a quantidade de pessoas que entraram nos Estados Unidos nos anos do governo Barak Obama, deu uma média de 1 milhão de imigrantes por ano ingressando no país. Quando se vê esses mesmos dados nos anos do primeiro governo Trump, esse número cai para 750 mil por ano.
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“Mas quando vem para o (governo Joe) Biden, nos 4 anos, foram 10,5 milhões de imigrantes que entraram nos Estados Unidos. Dá uma média de 2,5 milhões de pessoas por ano”, pontua. O economista ressalta que o democrata já vinha fazendo restrição à imigração nos últimos meses.
“Mas se diminuir o ritmo para 750 mil pessoas por ano nos Estados Unidos, qual o impacto que se vai ter no mercado de trabalho”, questiona Eduardo Cotrim.
“O imigrante ajuda no equilíbrio da economia. O americano quer alguém para limpar o banheiro. A maioria dos trabalhadores menos qualificados é de estrangeiros.”
Segundo ele, no setor de construção civil, 1 em cada 3 empregados é estrangeiro, e no setor de serviços, 1 em cada 4. No mercado de trabalho total, 1 é imigrante a cada 5 empregados.
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“O estrangeiro cumpre o papel importante na economia americana”, afirma.
“Para a economia continuar rodando, precisa de mais gente entrando no mercado de trabalho. O imigrante, de certa forma, tem a sua função na sociedade americana”, acrescenta.
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