Após a queda mais pronunciada do WTI, que chegou a operar abaixo dos US$ 70 nesta semana, enquanto o brent foi a US$ 72, o banco suíço Julius Baer considera possível que os preços da petróleo se mantenham na faixa dos US$ 70 no longo prazo.
De acordo com Norbert Rücker, chefe de economia e pesquisa de Próxima Geração do Julius Baer, alguns fatores impactam o preço da commodity como a produção na Líbia e atividades de hedge no mercado de futuros. Além disso, a demanda segue parcialmente estagnada, mas a produção deve crescer nas Américas e o mercado de petróleo deve caminhar para superátiv de oferta no próximo ano.
Nesse cenário, a Opep+ estaria se aproximando de acordo para adiar aumento da produção de petróleo. De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, a medida seria uma resposta à queda dos preços da commodity e de outras classes de ativos, pelas preocupações com demanda mais fraca global e dados particularmente fracos na China.
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Em relação à Líbia, é possível que o país retome a produção antes do esperado. O governo do leste da Líbia determinou a suspensão de toda produção e exportação de petróleo no país no fim de agosto, em oposição ao grupo político rival, sediado em Tripoli. Mesmo não considerando o país um grande produtor, a Julius Baer destaca a relevância da produção, representando cerca de 1% da oferta mundial.
Até onde pode cair?
O relatório considera que a produção de petróleo de xisto poderia ser estagnada ou, até mesmo, revertida com os preços na faixa dos US$ 60, eliminando o risco de superátiv. A análise comentou que é possível que as produtoras de petróleo provavelmente adiem ou reduzam a fase de término de cortes de oferta, uma vez que são condicionados ao mercado.
“O anúncio não é necessariamente otimista para os preços, pois o mercado poderia apontar para a capacidade de produção excedente que persiste e é significativa. É improvável que as nações produtoras de petróleo estejam dispostas a ceder participação de mercado estruturalmente”, comenta a análise.