Paris (Reuters) – Os organizadores das Olimpíadas de Paris 2024 pediram desculpas neste domingo (28) aos católicos e a outros grupos cristãos que mostraram irritação com uma esquete na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos parodiando a famosa pintura “A Última Ceia” de Leonardo Da Vinci.

A cena, que fazia menção ao quadro bíblico de Jesus Cristo e seus apóstolos compartilhando uma última refeição antes da crucificação e apresentou drag queens, uma modelo transgênero e um cantor nu maquiado como se fosse o deus grego do vinho Dionísio, causou consternação na Igreja Católica e na direita religiosa dos Estados Unidos.

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“Claramente, nunca houve a intenção de mostrar desrespeito a nenhum grupo religioso. (A cerimônia de abertura) tentou celebrar a tolerância na sociedade”, disse a porta-voz de Paris 2024 Anne Descamps em entrevista coletiva.

“Acreditamos que essa ambição foi alcançada. Se as pessoas se ofenderam, lamentamos muito.”

A França, embora orgulhosa de sua rica herança católica, também tem uma longa tradição de secularismo e anticlericalismo. A blasfêmia não é apenas legal, mas também considerada por muitos como um pilar essencial da liberdade de expressão.

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Os apoiadores do quadro elogiaram sua mensagem de inclusão e tolerância.

A Igreja Católica na França disse ter lamentado uma cerimônia que “incluiu cenas de escárnio e zombaria em relação ao cristianismo”.

Alguns atletas franceses tiveram problemas para dormir por causa das consequências da esquete controversa, disse o monsenhor Emmanuel Gobilliard, delegado dos bispos da França para os Jogos.

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O arcebispo Charles Scicluna, a mais alta autoridade católica em Malta e nome de alto escalão do poderoso escritório doutrinário do Vaticano, disse ter contatado o embaixador da França em Malta para reclamar sobre o “insulto gratuito”.

Em uma mensagem ao embaixador compartilhada no X, ele escreveu: “Gostaria de expressar minha angústia e grande decepção com o insulto a nós, cristãos, durante a cerimônia de abertura… quando um grupo de artistas drag parodiou a Última Ceia de Jesus”.

Algumas pessoas disseram que a controvérsia foi outro exemplo das guerras culturais do século 21 turbinadas pelas mídias sociais e pela mídia.

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Thomas Jolly, diretor artístico e a cabeça por trás da extravagante cerimônia de abertura, afirmou que a subversão religiosa nunca foi sua intenção.

“Queríamos falar sobre diversidade. Diversidade significa estar juntos. Queríamos incluir todos, simples assim”, disse ele aos repórteres no sábado.