Da química, sua faculdade de formação, Mari Damasceno aprendeu a importância dos testes e da observação. Para saber se está certa ou errada, usa esses conhecimento e aplica em seus trades. Atualmente, ela não faz mais os experimentos com os “elementos da tabela periódica”, mas sim com operações no mercado financeiro.

No entanto, ela conta que no começo não foi fácil dar os primeiros cliques nas ordens de compra e venda. “Quase morri quando fiz a primeira vez. Foi uma operação que durou umas três horas. Não estava pondo dinheiro de pagar conta de fim de mês. Separei ele para aprender. Mas mesmo assim tinha muito medo porque precisava confiar no que estava fazendo”, lembra Mari Damaceno, ao IM Trader.

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Ela relata que para diminuir a insegurança na operação, passou a fazer testes o máximo que pôde. “Escolhi um só padrão e comecei a planilhar. Planilhei mais de 500 trades de uma só vez para ter confiança que podia tomar um stop (parar a operação por conta de perda), mas que teria retorno ao longo do tempo”, diz.

Não há solução fácil

“Mas, o facilitador para mim é que sempre tive a cabeça no longo prazo. Nunca coloquei no trade a expectativa de resolver minha vida rápida”, afirma. “Não acredito em nada que chegue com solução fácil – sou até resistente a isso”, acrescenta.

E segue: “O importante é a curva de resultado positiva que se constrói ao longo do tempo. Só consegui ver isso quando testei. Quando comecei a testar, me senti confortável para tomar o risco. Essa lógica sempre revisito quando quero ter mais contratos na mão para operar”.

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Mari Damasceno é formada em química e chegou a atuar na área. Mas com o tempo viu que seu negócio era gestão e, em 2011, foi trabalhar na área administrativo-financeira da firma de tecnologia do pai, onde está até hoje. A empresa cresceu bastante nesse tempo e passou de uma dúzia de colaboradoras para mais de 60.

“Sempre gostei da ideia do mercado financeiro. Sempre falava: quando tiver dinheiro vou entrar nisso”, relata.

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Descoberta do day trade

A trader lembra que seu pai ainda era um investidor à moda antiga, que guardava dinheiro na poupança, o que ela considerava coerente já que ele corria riscos com a empresa de TI.

Mas aconteceu um dia de seu pai descobrir o day trade por meio de um dos funcionários mais antigos da empresa. “Ele viu numa sala de YouTube e achou aquilo a minha cara. Ele um dia então me mostrou”, conta.

A filha tinha ouvido falar em day trade, mas não possuía nenhuma familiaridade. O pai então pagou um bom curso, com profissionais certificados, para que conhecesse a atividade. Isso era 2019.

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A ideia inicial foi que operasse o dinheiro dele para rentabilizar, mas rapidamente desistiu da ideia. “Chegou um momento que disse a meu pai que estava gostando muito do trade, mas não funcionaria operando o seu dinheiro porque o emocional disso não ia dar. Não estava conseguindo clicar (para operar). Aí, peguei o meu dinheiro e comecei a fazer trade”, recorda.

Busca do melhor operacional

“No começo, queria estudar tudo. Queria entender análise técnica, fluxo. Ficava pulando de galho e em galho. Aprendi coisa demais, mas não conseguia tomar uma decisão de qual rumo tomar no trade”, diz.

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A escolha de uma técnica, absorvendo um só tipo de operacional, foi fundamental para seguir em frente. “Passei um ano tirando coisas da minha frente”, diz. “Em 2021 é que comecei a ficar com consistência, com um bom operacional que havia testado. Em 2022, já estava bem confortável”, afirma.

Hoje, ela tem o trade como algo paralelo ao trabalho. Mari Damaceno, 38 anos, é influencer da Modal, corretora do grupo XP, e possui Certificado Nacional do Profissional de Investimento (CNPI).

Ela prefere operar mais commodities no swing trade do que índice e dólar no day trade. “Agora estou me sentido confortável de operar Bitcoin”, diz. “Gosto do day trade, mas o dinheiro grande vem do swing trade”, complementa.

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Maior perda, maior ganho no trade

Ela lembra que a maior perda foi no mercado futuro de boi gordo, numa operação que custou cerca de R$ 12 mil.

Por outro lado, no swing trade de mercado futuro de milho, no ano passado, pegou um movimento de queda e o resultado foi tão bom – de R$ 22 mil – que deu para pagar metade das custas da sua festa de casamento; com um também trader. 

“Tudo que vou testar, faço pequeno, para cometer erros com pouco dinheiro, para depois ficar confortável. Fiz isso ao mudar de ativos, como agora com o Bitcoin – preciso ver como o ativo vai se comportar, com o meu operacional”, ensina.

“Como tenho formação em pesquisa da faculdade de química, quando tenho uma ideia, testo primeiro, até para provar se estou certa ou errada”, diz. “Testo na planilha, simulo, para ter um resultado teórico, antes de ir para real”, afirma.

Ela diz que só coloca no trade 10% do seu capital total. Os 90% restantes estão investidos em outras classes de ativos, como renda fixa e fundos imobiliários. ”A cada três meses, pego o resultante do day trade e coloco para investimento”, ressalta.

“Desde o começo tive essa ideia de montar a carteira. O trade te dá um potencial de alavancar muito rápido, só que um dia de fúria, pode-se devolver tudo que ganhou. O emocional é importante”, destaca.

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