Por trás da sequência histórica de onze altas, que o Ibovespa registrou nesta segunda-feira (15), há um empurrão das notícias vindas dos EUA, como o atentado contra o ex-presidente Donald Trump e as falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
No caso de Trump, a malsucedida tentativa de assassinato do candidato do Partido Republicano deve alavancar a sua candidatura, que têm a preferência do mercado.
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“O mercado acredita que a chance do Trump ganhar a eleição aumentou já que o candidato ficou em foco. Mesmo que a eleição de Trump eleve os riscos fiscais nos EUA, o mercado não vê com bons olhos a reeleição de Biden”, resumiu Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.
Ajudou o Ibovespa, que subiu 0,39%, indo aos 129.431, o desempenho das bolsas em NY, puxadas por Powell e Truump. Para ele, os dados recentes animaram e aumentaram a confiança na luta contra a inflação. Assim, em sua avaliação, não é necessário esperar a inflação chegar à meta, de 2%, para começar o corte de juros nos EUA.
Enquanto isso, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse que a inflação moderada em junho, divulgada na semana passada, o deixou mais confiante de que as pressões sobre os preços estão diminuindo de uma forma que respalda a redução das taxas de juros.
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Lembrando que juros mais baixos estimulam os ativos de risco, como as bolsas de valores.
Ibovespa em sequência de altas
É importante reforçar que o Ibovespa está prestes a testar um ponto crítico, que é a faixa dos 130 mil pontos, que analistas técnicos apontam como resistência forte a ser ultrapassada, para que o índice possa buscar suas máximas históricas.
Dessa forma, o noticiário internacional desta segunda-feira (15) foi importante para garantir o 11º pregão de ganhos do Ibovespa.
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Internamente, mesmo que algumas notícias positivas para a bolsa já tenham feito preço, como o fato de o presidente Lula parar de brigar publicamente com o Banco Central, por conta dos juros, já ajudou na redução dos juros futuros (DIs) neste mês de julho.
Fora isso, o andamento no Congresso de temas como a reforma tributária e os acordos das dívidas dos estados também ajudam a reduzir a pressão sobre o governo.
“Hoje também tivemos a divulgação do Focus sobre as perspectivas da Selic. Não houve mudanças (para final de 2024, em 10,50% e para 2025, 9,5%; enquanto isso, se atualizou a perspectiva do IPCA em 2024, que recuou de 4,02% para 4%”, menciona Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.
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O fato de o governo ter, nas últimas semanas, anunciado por exemplo um corte de gastos ajuda a explicar a redução para a previsão da inflação, já que gastos públicos maiores também impulsionam a alta dos preços.
Além do mais, a diminuição dos ataques contra o BC sinalizam que o atual governo executivo pode, no futuro, manter uma política de “respeito à inflação” — havia o temor (agora perdendo força) de que, com o final do mandato de Roberto Campos Neto marcado para o fim do ano, o novo presidente da instituição monetária poderia ser mais heterodoxo.
Já o IBC-Br,, considerado uma “prévia do PIB” e também divulgado hoje, veio além do esperado. Uma atividade economia mais forte, além de ajudar do lado do crescimento, também sinaliza que o governo pode arrecadar mais em 2024.
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Sequências de 11 altas do Ibovespa
Data | Pontos | Retorno* |
21/08/2003 | 14.669 | 13,83% |
02/08/2010 | 68.517 | 9,91% |
08/01/2018 | 79.379 | 9,22% |
15/07/2024 | 129.321 | 4,37% |