O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que vai fazer mudanças na Proposta de Emenda Constitucional que ficou conhecida como “PEC das Praias”, para deixar claro que o texto não vai autorizar a privatização de trechos da costa brasileira. Relator do projeto no Senado, ele negou estar atendendo a interesses pessoais com a pauta.

“Não sou proprietário de área beneficiada, não estou levando dinheiro do Neymar nem do empreendimento que ele fará. Isso é narrativa. Quero desconstruir a fake news de privatização das praias”, disse o senador em entrevista ao jornal O Globo.

Segundo Bolsonaro, o objetivo da PEC é extinguir tributos cobrados desde o século 19 e estimular novos investimentos no setor de turismo no país. “[Pretendo] acabar com o foro, o laudêmio e a taxa de ocupação, a fim de dar segurança jurídica para que as pessoas possam ser de fato as proprietárias”, afirmou ao jornal.

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A PEC prevê a transferência dos chamados “terrenos de marinha” para estados, municípios ou proprietários particulares (entenda os principais pontos do projeto). O projeto, que atualmente está sendo discutido no Senado, causou controvérsia após opositores e ambientalistas entenderem que o texto abre a possibilidade de terrenos no litoral que atualmente pertencem à União sejam privatizados.

Atualmente, a União permite que proprietários particulares, sejam pessoas ou empresas, usem e transmitam os “terrenos de marinha”, desde que paguem o laudêmio, uma taxa que deixaria de existir se a PEC for aprovada.

Segundo Flávio Bolsonaro, as praias não serão bloqueadas se a PEC for promulgada. “Já existe o direito de passagem hoje em dia, que torna obrigatório a um proprietário privado garantir o acesso a uma coisa pública como a praia”, disse ao Globo.