O presidente Emmanuel Macron dissolveu, neste domingo (9), o Parlamento francês e convocou novas eleições legislativas no final deste mês. A medida foi tomada assim que foram conhecidas as primeiras projeções de votos das eleições para o Parlamento Europeu, cujos números sinalizam na França ampla vantagem para o partido de extrema-direita National Rally (RN), de Marine Le Pen.

A sigla de Le Pen obteve, segundo as pesquisas de boca-de-urna, 31,5% dos votos, o equivalente a mais que o dobro da chapa de Macron, que ficou com 14,5%. Se os números se confirmarem, 30 das 81 vagas da França no Parlamento Europeu ficarão com o RN.

“Não foi um bom resultado para os partidos que defendem a Europa”, disse Macron em pronunciamento à nação. “Partidos de ultradireita, que se opuseram nos últimos anos a tantos dos avanços possibilitados pela nossa Europa estão ganhando terreno pelo continente. Não poderia, no fim deste dia, agir como se nada estivesse acontecendo.”

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No comunicado ao povo francês, Macron afirmou que as eleições para a Câmara vão acontecer em 30 de junho, com uma votação de segundo turno em 7 de julho.

A aposta política do mandatário é considerada de alto risco pelos analistas, uma vez que o clima político em ebulição pode respingar nas Olimpíadas, evento que terá Paris como sede a partir de 26 de julho.

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A decisão inesperada de Macron pode deixá-lo em uma posição quase impotente se o partido National Rally (RN), de Le Pen, confirmar o favoritismo e obter a maioria parlamentar. A sigla é liderada por Jordan Bardella, de 28 anos.

21 países

Eleitores de 21 países da União Europeia, incluindo França e Alemanha, votaram neste domingo para o Parlamento Europeu. A tendência é que o resultado confirme o protagonismo dos partidos de direita, com aumento expressivo do número de representantes nacionalistas.

As eleições moldarão a forma como a União Europeia, um bloco de 450 milhões de cidadãos, enfrentará desafios que incluem uma Rússia hostil, o aumento da rivalidade industrial entre a China e os Estados Unidos, as alterações climáticas e a imigração.

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A votação começou na quinta-feira (6) na Holanda, e em outros países na sexta (7) e no sábado (8), mas a maior parte dos votos da UE foi depositada neste domingo (9), com França, Alemanha, Polônia e Espanha, e a Itália realizando um segundo dia de votação.

(Com informações da Reuters)