A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sinalizou nesta quinta-feira (12) que há uma tendência de queda nas taxas de juros na zona do euro, embora isso dependa dos dados econômicos. Na tradicional coletiva de imprensa após a decisão da taxa de juros, ela afirmou que
que uma “trajetória descendente” para as taxas era “bastante óbvia”, mas “não predeterminada” em termos de ritmo e destino.
O BCE anunciou hoje um corte de 0,25% em sua taxa sobre depósitos, que ficou em 3,50%. Também reduziu em 60 pontos base na taxa de operações de refinanciamento, que foi a 3,65%, e fez uma redução no mesmo ritmo nos juros de empréstimos, que foram a 3,90%.
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Lagarde explicou que os riscos para o crescimento econômico da zona do euro permanecem enviesados para baixo, uma vez que a demanda mais fraca por exportações deve seguir pesando na atividade, diante do enfraquecimento da economia global e da escalada de tensões comerciais.
Ela acrescentou que as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza representam fontes de incertezas geopolíticas. “Isso pode fazer com que empresas e famílias fiquem menos confiantes sobre o futuro e o comércio global seja interrompido”, comentou ela, que também vê efeito defasado do aperto monetário do BCE.
A banqueira central disse ainda que a desaceleração econômica da Alemanha já era esperada pela equipe do BCE.
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Lagarde disse ainda que é importante seguir atento aos riscos inflacionários, em particular os efeitos da crise climática nos preços. Mesmo assim, ela disse que os dirigentes monitoram os riscos de inflação abaixo da meta.
Questionada sobre o relatório do ex-presidente do BCE Mario Draghi sobre questões estruturais da economia, Lagarde disse que esse assunto é uma responsabilidade dos governos, não da autoridade monetária.
A presidente do BCE projetou que a inflação na zona do euro voltará a acelerar na etapa final deste ano, à medida que os efeitos da queda forte nos preços de energia deixem de aparecer nas taxas anuais. “A inflação deverá, então, cair em direção à nossa meta ao longo do segundo semestre do ano que vem”, acrescentou ela, que reforçou o compromisso da instituição com os objetivos de preços.
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Nesse cenário, Lagarde explicou ter sido “apropriado” moderar o nível de restrição da política monetária, depois que a evolução da inflação confirmou o cenário projetado pelo BCE. Segundo ela, as condições de financiamento na região permanecem restritivas.
(Com Reuters)