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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta quarta-feira (11), que a inflação no Brasil ainda merece atenção da equipe econômica, principalmente por causa de possíveis impactos gerados pelos efeitos das mudanças climáticas, como a seca prolongada que vem afetando diversas regiões do país.

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As declarações do ministro foram dadas em rápida entrevista coletiva, na porta do Ministério da Fazenda, em Brasília (DF).

“A inflação preocupa um pouquinho, sobretudo em virtude do clima. Estamos acompanhando a evolução dessa questão climática. Efeito do clima sobre preço de alimentos e, eventualmente, preço de energia, faz a gente se preocupar com isso”, admitiu Haddad.

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Segundo o ministro do Fazenda, no entanto, não há que se falar em elevação da taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) – um dos instrumentos utilizados para conter a pressão inflacionária.

“Essa inflação advinda desse fenômeno não se resolve com juro. Juro é outra coisa”, ponderou Haddad. “Mas o BC está com um quadro técnico bastante consistente para tomar a melhor decisão, e vamos aguardar [a reunião do] Copom da semana que vem”, completou o ministro.

Na terça-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou deflação de -0,02% em agosto, após ficar em 0,38% em julho.

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Foi a primeira taxa negativa do índice desde junho do ano passado, quando houve recuo de 0,08%.

No acumulado do ano, a inflação é de 2,85% e, nos últimos 12 meses, de 4,24%.

PIB acima de 3%

Na conversa com os jornalistas, Fernando Haddad também afirmou que o governo deve divulgar, nos próximos dias, uma nova projeção sobre o crescimento da economia brasileira em 2024.

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De acordo com o ministro da Fazenda, as estimativas mais recentes apontam uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de, no mínimo, 3% neste ano.

“Possivelmente com um aumento da projeção além do que nós estávamos esperando. Deve vir mais forte, possivelmente 3% ou mais”, disse Haddad.

“Acredito que o piso de 3% já está praticamente contratado, bastante consistente e com bom impacto na economia”, concluiu o ministro.

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Até julho, a estimativa oficial do governo federal apontava para uma alta de 2,5% no PIB de 2024. De acordo com a última edição do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC com base nas projeções do mercado financeiro, a economia brasileira deve avançar 2,68% neste ano.