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(Reuters) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que seria uma enorme surpresa para ele os juros subirem e que está sendo “uma experiência extremamente complexa conviver com um presidente do Banco Central que você não escolheu”.

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Ao ser perguntado sobre fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a âncora fiscal menos transparente aumenta o custo da política monetária, sinalizando que os juros podem subir, Haddad respondeu que o governo de Jair Bolsonaro furou teto de gastos o tempo inteiro e, no pior momento, durante a pandemia de Covid, a Selic chegou a 2%.

“Eu não sou diretor do Banco Central. Mas, para mim, seria uma enorme surpresa, com a inflação de março em 0,16% (os juros subirem). Estão pedindo o quê da economia brasileira?”, afirmou Haddad na entrevista concedida na última quinta-feira (25) e publicada neste sábado (27).

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“Estamos eliminando gastos tributários absolutamente ineficazes. Já conseguimos fazer muita coisa. A arrecadação, neste ano, está aumentando 8,5% acima da inflação”, acrescentou.

Em março, o Banco Central decidiu fazer uma nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, chegando a 10,75% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre em 7 e 8 de maio.

Haddad disse que acredita que os juros não vão subir nos Estados Unidos e que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, errou em suas próprias previsões.

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“Muita gente falava que os juros americanos cairiam em março. Tinha aposta em dinheiro. E quando isso acontece é para valer, né? Não é palpite de economista-chefe. O FED fez uma barbeiragem, errou em suas próprias previsões. Comunicou errado. Levou o mundo a errar. Muita gente perdeu dinheiro, inclusive no Brasil, apostando na valorização do real”, disse o ministro.

“Eu acredito que os juros não vão subir (nos EUA). Mas também acredito que eles vão empurrar o ciclo de cortes para a frente.”

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