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Haddad critica “fantasias” e defende corte de excessos e cobrança de quem não paga

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta quarta-feira (8), que o governo federal busca atingir o equilíbrio das contas públicas de forma sustentável, evitando o que classificou como “fantasias” usadas no passado.

Em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, do CanalGov, Haddad criticou a economia de recursos gerada a partir da ausência de reajustes reais do salário mínimo e de correções na tabela do Imposto de Renda − o que, na sua avaliação, seria insustentável. E defendeu medidas que tornem o sistema tributário mais “progressivo”, com maior participação de camadas com renda mais elevada, e correções de “excessos”.

“Estamos fazendo um ajuste nas contas com a tranquilidade necessária para não sobressaltar… Antigamente o ajuste fiscal era fácil fazer: congela o salário mínimo, congela o salário do servidor público. Isso tudo é ficção, porque uma hora o problema bate à porta. Se você congelar o salário do servidor por 7 anos, quando tem uma troca de governo, ele quer buscar reposição”, afirmou.

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“Então, era tudo uma fantasia, não era para valer. Você precisa arrumar as contas com racionalidade e sem fazer recair sobre quem mais precisa. As pessoas são de carne e osso, elas precisam se alimentar, dormir, estudar. Como você vai congelar um país por 7 anos?”, indagou.

Na entrevista, Haddad defendeu medidas sustentáveis de ajuste nas contas públicas, de modo a evitar o “solavanco” que o País vive na seara fiscal há mais de 10 anos.

“O ajuste se faz assim: quem não paga tem que pagar, os excessos tem que cortar. Tudo com certa harmonia, para você chegar a um lugar sustentável, e não uma fantasia de que se ajustou as contas. Você poderia ajustar as contas vendendo patrimônio público. Ajustou. E ai? Acaba o patrimônio público, e você não tem mais o que vender. Desajusta tudo de novo”, afirmou.

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“Nós temos que parar de fantasiar um caminho que se mostra inviável ali para frente. Tem que fazer uma coisa consistente para ser perene, para não ficar nesse solavanco que o Brasil vive há 10 anos”, concluiu.

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