A Rivool Finance, fintech com sede em Florianópolis (SC) que usa tecnologia blockchain para tokenizar recebíveis do agro como Cédulas de Produto Rural (CPR), deverá começar em junho a atrair recursos estrangeiros para financiar produtores e agroindústrias no Brasil. A partir do mês que vem, a empresa pretende realizar, em 12 meses, cinco rodadas de captação com a meta de levantar US$ 20 milhões em cada uma, de preferência com investidores institucionais.
“A tokenização de ativos é uma forma de o investidor estrangeiro se expor ao crédito agrícola mais facilmente, com mais garantia e menos risco”, afirmou Tiago Piassum, fundador e CEO da Rivool, ao IM Business. No exterior, a ideia é distribuir os tokens sobretudo na Suíça, segundo as regras daquele país. Em seu modelo de negócios, a fintech conta com parceiros como o escritório de advocacia Machado Meyer e a securitizadora Ecoagro, uma das maiores do país no segmento.
A Rivool deu início a suas operações com a captação de R$ 20 milhões dos próprios sócios, famílias e amigos próximos. Nessa frente doméstica, a intenção é ampliar o volume de recursos para R$ 50 milhões. Uma ou mais CPRs emitidas pelos produtores rurais e originadas pela fintech podem ser transformadas em um token, que é negociado no mercado conforme a demanda, com preços atualizados.
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Tendo em vista as perspectivas de ampliação do volume de negócios, a Rivool está fortalecendo seus quadros. Fernando Fegyveres, que foi executivo do Itaú BBA e é ex-CEO do Banco Voiter (antigo Indusval), adquiriu uma participação minoritária e tornou-se sócio da fintech, motivado pela possibilidade de acelerar o desenvolvimento de inovações no crédito rural privado brasileiro, sobretudo voltado a pequenos e médios produtores.
De acordo com Piassum, os prazos de investimento oferecidos pela Rivool costumam variar entre 36 e 72 meses, e o retorno gira em torno de 1,5% ao mês. A empresa tem planos de emitir um Fiagro, mas, nesse caso, ainda não é permitida a tokenização.