Houston/Washington (Reuters) – Os Estados Unidos estão considerando novas sanções à Venezuela depois dos resultados contestados da eleição presidencial do país, com medidas a serem impostas se o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não cumprir com as demandas de Washington por maior transparência na apuração dos votos, disseram pessoas familiarizadas com as discussões nesta terça-feira.
As opções podem incluir sanções individuais ou proibições de autoridades venezuelanas viajarem aos EUA, incluindo aquelas ligadas à eleição. As medidas podem posteriormente escalar para outros tipos de sanções se for necessário, disseram as fontes.
Muitos países e observadores eleitorais têm pedido desde domingo que os resultados completos sejam publicados antes de reconhecerem o resultado.
O chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou o socialista Nicolas Maduro, há anos no poder, como vencedor, embora o candidato da oposição Edmundo González também esteja reivindicando a vitória.
O momento das próximas medidas dos EUA permanece incerto. A Casa Branca não quis comentar. Os departamentos de Estado e do Tesouro dos EUA não responderam imediatamente às perguntas da Reuters sobre o assunto.
Alguns membros do CNE da Venezuela foram sancionados por Washington quando ocupavam cargos anteriores. Em abril, o governo norte-americano também voltou a impor sanções ao setor de energia, que haviam sido amplamente atenuadas em outubro, o que deixa os EUA com poucas opções para atingir os principais setores econômicos do país, que é membro da Opep.
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Em um briefing na segunda-feira, autoridades seniores dos EUA disseram que a manipulação eleitoral havia retirado “qualquer credibilidade” da reivindicação de vitória de Maduro e deixado a porta aberta para novas sanções.
“Temos uma série de opções e considerações que podemos fazer sobre essa situação à medida que vemos quais são as decisões tomadas pelo Conselho Nacional Eleitoral nos próximos dias com relação à divulgação dos dados que já foram mencionados”, disse uma autoridade sênior dos EUA. “Portanto, acho que esse será realmente um momento crítico.”