A estratégia de dividendos do índice IDIV superou o Ibovespa em nove dos últimos 13 anos, segundo análise do Bank of America (BofA). E não foi apenas o principal índice da Bolsa brasileira que foi superado. No mesmo período, small caps e até mesmo taxas de renda fixa de curto prazo ficaram para trás em sete e oito anos, respectivamente.

“Esse desempenho superior consistente é resultado da combinação de ações sensíveis às taxas, fluxos de caixa estáveis durante crises econômicas e preços de commodities globais”, diz o relatório. 

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O desempenho superior do IDIV aconteceu principalmente durante o início da queda dos juros, com crescimento ou estabilidade do retorno na continuidade do ciclo, segundo o banco americano.  

Uma das hipóteses para esse resultado seria a composição setorial do índice. Os setores de serviços públicos e transportes pesam cerca de 30% no índice de dividendos, ante menos de 1% do Ibovespa.  

Antes da pandemia, o BofA calcula que os dividendos do Ibovespa tiveram um retorno médio de 4% em uma década. Já o rendimento do IDIV ficou em cerca de 5,5%, na média – apenas ligeiramente acima do índice de referência da B3.  

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Em ambos os índices os dividends yields aumentaram após a pandemia, “devido a um aumento nos dividendos de ações relacionadas a commodities”, com destaque para Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3).  

Com pagamentos tão expressivos, as duas empresas tiveram aumento de peso dentro do IDIV. Antes de 2021, o peso médio das commodities no índice de dividendos era de cerca de 17% e atualmente é de cerca de 32%. Uma alta considerável, mas que ainda está abaixo da representatividade dos proventos no Ibovespa, que chega a 50%.  

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No caso das taxas de renda fixa, o BofA avaliou os papéis prefixados. Neste recorte, os analistas verificaram que o IDIV teve um desempenho superior aos títulos de um ano durante os ciclos de flexibilização das taxas de juros.  

Expectativa para 2025  

Os analistas afirmam que estão mais otimistas do que o consenso em relação à atividade econômica e taxa terminal dos juros para o próximo ano, de modo que uma das apostas são as ações de baixa capitalização. “As small caps superaram o IDIV entre 2017-2020, à medida que as taxas diminuíram”.  

Para eles, as estratégias de dividendos podem se sair bem no cenário atual, em que os juros ainda devem cair, mas o momento permanece incerto. “Para os investidores mais cautelosos, acreditamos que as estratégias de dividendos apresentam um equilíbrio interessante entre ganhos defensivos, alavancagem para juros e retorno de caixa”, diz o relatório.  

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Os analistas fizeram uma seleção de ações para navegar neste ambiente que eles consideram uma oportunidade. Um setor de destaque é o de telecomunicações, que eles avaliam como o “maior dividend yield esperado para 2025”. Geração de caixa forte, bom ambiente competitivo, melhora de margens e diminuição do CAPEX (investimentos) são os pontos positivos levantados.  

Veja a lista das 15 ações de dividendos mapeadas pelo BofA:  

Empresa  Setor  Classificação BofA  DY estimado 2025  
Bradespar (BRAP4)  Materiais   Vender   15,7 
Banrisul (BRSR6)  Finanças   Neutro   13,4 
Metal Leve (LEVE3)  Consumo   Sem cobertura  12,7 
Banco do Brasil (BBAS3)  Finanças   Comprar  11,8 
JHSF (JHSF3)  Imóveis   Comprar  11,0 
Taesa (TAEE11)  Utilidade Pública   Neutro  10,6 
BB Seguridade (BBSE3)  Finanças   Neutro  10,4 
Metalúrgica Gerdau (GOAU4)  Materiais   Neutro   9,9 
Telefônica (VIVT3)  Telecomunicação  Comprar  9,5 
Marcopolo (POMO4)  Indústria   Sem cobertura  9,4 
Cury (CURY3)  Consumo   Comprar  9,4 
Vale (VALE3)  Materiais   Neutro  9,4 
Caixa Seguridade (CXSE3)  Finanças   Comprar  8,9 
Itaúsa (ITSA4)  Finanças   Sem cobertura  8,9 
Petrobras (PETR4)  Energia   Neutro   8,7 
Fonte: LatAm Equity Strategy 17/06/2024 – Bank of America