O Bradesco BBI elevou a recomendação para ação da Eneva (ENEV3) de market perform (desempenho igual a média do mercado, equivalente à neutro) para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), pois vê o papel com uma avaliação relativamente atraente que não precifica nenhum crescimento futuro.
A equipe de research do BBI estima que a Eneva está sendo negociada a uma taxa interna de retorno (TIR) real implícita de 12%, cerca de 600 pb acima do rendimento real dos títulos de longo prazo do Brasil (NTN-B), que considera atraente, proporcionando uma boa margem de segurança à luz dos riscos (despacho e implantação de capex para construção do Azulão). Com isso, optou por elevar de R$ 14 de R$ 16, um potencial de valorização de 29% frente a cotação de fechamento da última sexta-feira (31).
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O BBI também disse gostar do (i) histórico positivo de alocação de capital da Eneva; (ii) posicionar-se como um desenvolvedor integrado de E&P de gás/energia térmica, o outro lado da moeda para o crescimento de longo prazo do Brasil em energias renováveis; e (iii) o seu papel na transição energética, sendo o gás onshore barato um primeiro passo necessário para substituir o diesel/óleo combustível nas indústrias nas regiões norte/nordeste do Brasil.
Por outro lado, comenta que a alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 4,1 vezes é relativamente alta, mas a desalavancagem gradual da Eneva parece altamente provável, mesmo em um cenário conservador de despacho.
Organicamente, o banco projeta que a dívida líquida/Ebitda deve cair para 3,7 vezes até o final de 2025, 3,1 vezes até o final de 2026 e cair para 2,1 vezes em 2027, quando a UTE Azulão entrar em operação.
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Já o leilão de capacidade do Brasil planejado para o final de 2024 poderia ser um gatilho de médio prazo, na avaliação do BBI, uma vez que o Parna I e III da Eneva estão entre os ativos de geração térmica mais competitivos, exigindo muito pouco ou nenhum investimento.
De acordo com relatório, a Eneva também está a trabalhar, entre outras frentes, no desenvolvimento do seu negócio de fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) em pequena escala e a ponderar possíveis movimentos de fusões e aquisições, como as aquisições de algumas das centrais térmicas da Eletrobras (ELET3).
Com base apenas nos ativos existentes e projetos em desenvolvimento da Eneva, BBI estima que o EBbitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) crescerá cerca de 80% até 2027, uma boa taxa de crescimento anual compostas (CAGR) de 16% nos próximos quatro anos. A previsão de Ebitda para o ano fiscal de 24 está 4% acima do consenso da Bloomberg, enquanto para o ano fiscal 25/26 o Ebitda do BBI está 16% acima.