Com fraco desempenho das vendas em partes de seu negócio principal no primeiro trimestre (1T24) e preocupações dos investidores em relação à proposta de fusão com o Grupo Soma (SOMA3), a ação da Arezzo (ARZZ3) acumula queda de 22% no ano.
Apesar disso, o Goldman Sachs reiterou recomendação de compra para ação da varejista e preço-alvo de R$ 74, pois embora reconheça que existem riscos, acredita que esses já estão excessivamente descontados na avaliação atual.
O papel da Arezzo está sendo negociada a 13 vezes e 11 vezes Preço/Lucro para 2024 e 2025, bem abaixo da sua média histórica de negociação e no extremo inferior da faixa para seus pares globais.
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Para o Goldman, o crescimento das principais marcas de calçados e vestuário da companhia no 1T24 foi decepcionante, especialmente devido à fraqueza nas vendas para clientes multimarcas (-4% na base anual) e no canal de franquias (+1% anual). As vendas diretas ao consumidor (DTC) também desaceleraram (para +6% na base anual de +13% no 4T23).
Segundo o banco americano, investidores ainda expressaram preocupações sobre essa fraqueza em algumas das marcas principais da Arezzo, pois isso limita a visibilidade sobre o desempenho no curto prazo, ao mesmo tempo em que a varejista está adicionando mais complexidade com a proposta de fusão com a Soma.
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“Alguns investidores se preocupam que a execução possa ser negativamente impactada pelo fato de a administração ter que dividir sua atenção entre a liberação de valor da Soma e o enfrentamento dos desafios em suas marcas legadas”, diz o relatório.
Além disso, existe a preocupação de que a Arezzo esteja mudando de uma estratégia de crescimento orgânico para predominantemente inorgânico. “Embora os investidores reconheçam que a administração estabeleceu um histórico positivo com a aquisição e integração da licença da Vans e da marca Reserva, eles tendem a ver o crescimento impulsionado por fusões e aquisições como mais arriscado, portanto, merecendo um múltiplo menor”, explica analistas.
O Golman Sachs comenta que o CEO da Arezzo, Alexandre Birman, está visivelmente focado na reestruturação da operação da Hering, conforme interações recentes com a empresa.
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Nesse contexto, o banco acredita que essa priorização faz sentido, dado o potencial valor a ser desbloqueado, mas entende que isso transfere a responsabilidade de enfrentar os desafios das marcas legadas para a liderança dessas unidades de negócios. Luciana Wodzik, que está à frente da divisão de calçados, está na Arezzo há mais de 27 anos, tendo liderado a Schutz anteriormente. Rony Meisler, fundador da marca Reserva, está liderando a operação da AR&CO.
Do ponto de vista das marcas, a desaceleração no crescimento das receitas foi relativamente ampla, com todas as principais marcas do portfólio da varejista desacelerando sequencialmente. “A administração apontou para uma base de comparação geral difícil e uma demanda macroeconômica mais fraca de clientes de alto padrão, com a alocação de orçamento potencialmente mudando para entretenimento e viagens”, diz o relatório.
E, embora reconheça que mudanças no calendário também desempenharam algum papel, o banco americano acredita que a dinâmica aponta para a maturidade geral de suas marcas principais.
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A Schutz teve um desempenho inferior mais uma vez, com as vendas contraindo (-3% ano a ano no 1T24 contra alta de 4% ano a ano no 4T23). A outra marca principal da empresa, Arezzo, também apresentou desaceleração sequencial, mas manteve um crescimento geral bastante sólido de 9% ano a ano no 1T24 (de +13% ano a ano no 4T23).
Por fim, o banco projeta que a Arezzo crescerá em vendas, Ebitda ajustado e lucros, em média, +10%, +11% e +12% ao ano em 2024 a 2026, mas acredita que a avaliação seria pouco exigente mesmo adotando expectativas mais conservadoras em relação ao crescimento.