A fabricante de calçados Vulcabras (VULC3) espera a recuperação das vendas ao exterior no médio e longo prazo com a recuperação do mercado argentino. As exportações representam atualmente 5,8% da receita da empresa, menos da metade da fatia registrada há cinco anos.
“O mercado externo começa a ter uma luz no final do túnel. A Argentina começa a ter mais clareza sobre remessa de dólar. Não vamos agora aumentar a nossa exposição ao risco, mas é algo que no médio e longo prazo deve retomar a patamares mais razoáveis”, disse Wagner Dantas da Silva, CFO da empresa.
Para o executivo, após anos de queda, a participação do mercado externo na receita total deve começar a apresentar crescimento no segundo semestre. Para ele, a Argentina não será mais uma detratora dos resultados.
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Em crise cambial há anos, a Argentina impõe restrições para que as empresas paguem as importações de produtos, com isso, o país ficou cada vez menos atrativos, já que havia o risco de não receber pelos itens vendidos. A expectativa é que essas amarras comecem a ser flexibilizadas.
As exportações da Vulcabras (dona da marca Olympikus e com a licença de Mizuno e Under Armour no Brasil) totalizaram R$ 34,4 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 24,4% na comparação com igual período do ano passado. Esse montante representa 5,8% das receitas líquida da companhia.
Essa queda, no entanto, foi mais do que compensada pelo mercado interno. A receita líquida foi de R$ 597,3 milhões, aumento de 4,6%. É também o décimo quinto trimestre de crescimento consecutivo.
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De acordo com o executivo, essa expansão foi possível mesmo com o fim das subvenções, a concorrência acirrada, que tem feito promoções constantes e o mercado externo, em que a Argentina responde por mais de 80%, ainda desafiador.
“A gente até acha que vai conseguir manter a receita crescendo, mas é um ano que a gente prioriza a manutenção das margens”, disse.
Na avaliação do Bradesco BBI, que tem recomendação “outperform” para o papel e preço alvo de R$ 24, mas vê com cuidado a atuação internacional.
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“A contração dos volumes de vestuário/acessórios e as questões de divisão internacional continuam sendo pontos de atenção da tese de investimento, que deverão continuar impactando negativamente nos próximos trimestres”, avaliaram.
O segmento de vestuário registrou uma receita de R$ 62,2 milhões, queda de 7,4%. A participação no total da receita passou de 11,8%, no primeiro trimestre do ano passado, para 10,4% entre janeiro e dezembro de 2024.
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O Itaú BBA também tem uma recomendação positiva para os papéis, com preço-alvo de R$ 25, e não descarta que uma aquisição de uma nova marca possa impulsionar a continuidade do crescimento da receita da fabricante de calçados.
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“Sinalizamos um potencial licenciamento com uma nova marca também é uma opção para a Vulcabras, o que pode devolver o crescimento da receita da empresa para os dois dígitos”, avaliaram.