A Eneva (ENEV3) informou nesta quarta-feira (24), em comunicado ao mercado, que não está em tratativas com a PetroReconcavo (RECV3), que também se manifestou no final desta tarde no mesmo sentido, em resposta a uma reportagem veiculada mais cedo pelo jornal Valor Econômico sobre uma possível fusão.
A empresa de energia declarou que continua focada na execução de seu plano
estratégico e no programa de Capex, mas que, ainda assim, analisa constantemente
oportunidades de negócios que possam fortalecer a sua posição no seu setor de atuação. “Entretanto, cabe à companhia informar que não está engajada em qualquer tratativa e não firmou qualquer documento com a PetroReconcavo”.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, o interesse da Eneva estaria no acesso ao gás da companhia. A transação na mesa mais provável seria por troca de ações. No dia, os papéis RECV3 fecharam com alta de 4,74%, a R$ 22,09. Já ENEV3 subiu 0,40%, a R$ 12,50.
Consolidação das junior oils
No último dia 10 de abril, foi anunciada a união entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3), movimento que abre caminho para um cenário inédito de consolidação das chamadas “junior oils” no Brasil, conforme noticiou o IM Business.
A união das empresas cria um desafio adicional para petroleiras menores como a PetroReconcavo, que deve buscar alternativas após o fracasso da tentativa de união com a 3R em março. Anteriormente, também ocorreram negociações frustradas da Eneva com a Vibra (VIBBR3) e da PetroReconcavo com a 3R (RRRP3).
As junior oils apareceram na esteira do plano de desinvestimentos da Petrobras (PETR4) nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Com a venda de ativos aquecida, players menores ganharam terreno para operar, mas isso mudou após o atual governo ter congelado os planos da petroleira.
Desde então, o desafio das menores é se manter rentáveis sem ter o que comprar do maior vendedor do mercado e também sem caixa para fazer aquisições no exterior.
“Isso precipitou o movimento de M&As que começamos a ver e que mostra um novo ciclo para as junior oils”, comentou há duas semanas ao IM Business Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
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