Os bancos seguiram a abertura de taxas do Tesouro Direto e passaram a pagar mais aos investidores que compram seus CDBs na última quinzena. As taxas dos títulos de todos os indexadores e prazos subiram enquanto o mercado precificava juros mais altos no longo prazo.
Agora, os ativos bancários indexados ao IPCA pagam juro real médio de 6,75%, enquanto os pós-fixados remuneram 100,82% do CDI, e os prefixados têm juros anuais de 12,79% em aplicações de três anos.
Os dados foram levantados pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney. A empresa analisou 224 ativos emitidos entre 22 de outubro e 5 de novembro. Na comparação com a quinzena anterior, de 7 a 21 de outubro, todas as taxas médias subiram.
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CDBs pós-fixados
Para Matheus Nascimento, analista da Levante, os pós-fixados estão entre as melhores opções para o momento. A taxa média para o papel de dois anos teve abertura considerável, saindo de 99,21% do CDI na quinzena anterior para 100,28% entre 22 de outubro e 5 de novembro. Nascimento reconhece que a compressão nos spreads vista no crédito privado impacta os CDBs, mas concluir que “vale a pena entrar em ativos bancários” agora.
A maior taxa média é dos papéis de seis meses, que pagaram 101,63% do CDI na última quinzena contra 101,11% quinze dias antes. Já os títulos com vencimento em um ano ainda remuneram abaixo do CDI, mas tiveram aumento na taxa média, que saiu de 98,80% do CDI para 99,17% da taxa referencial.
Retornos de CDBs indexados ao CDI de 22 de outubro a 5 de novembro | |||||
Prazo (meses) | Taxa mínima (% CDI) | Taxa média (% CDI) | Taxa máxima (% CDI) | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
3 | 97,50% | 98,68% | 106,50% | 33 | Paraná Banco |
6 | 97,00% | 101,63% | 120,00% | 20 | Banco Master de Investimento |
12 | 90,00% | 99,17% | 108,50% | 27 | Banco Mercantil do Brasil |
24 | 97,86% | 100,28% | 120,00% | 33 | Banco Master de Investimento |
36 | 97,00% | 100,82% | 104,00% | 39 | XP |
CDBs de inflação
Outra classe recomendada por Nascimento é a de CDBs híbridos, com parte da remuneração prefixada e outra atrelada à inflação medida pelo IPCA. Ele defende que misturar a proteção contra o avanço da inflação desses papéis com a segurança dos pós-fixados é ideal para atravessar o cenário turbulento atual.
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Nos papéis mais longos, com vencimento em três anos, os bancos ofereceram juro real médio de 6,75% contra 6,53% na quinzena anterior. Esses títulos entram na faixa de vencimento considerada ideal pelo analista agora, já que “quanto maior horizonte de tempo, mais incerto fica o cenário”, o que acrescenta risco à carteira do investidor.
Retornos de CDBs indexados à inflação de 22 de outubro a 5 de novembro | |||||
Prazo (meses) | Taxa mínima (IPCA+) | Taxa média (IPCA+) | Taxa mínima (IPCA+) | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
12 | 6,17% | 6,17% | 6,17% | 1 | Haitong Brasil |
24 | 6,10% | 6,51% | 6,66% | 13 | Banco Pan |
36 | 6,20% | 6,75% | 6,99% | 20 | Haitong Brasil |
CDBs prefixados
Considerados os ativos mais arriscados da lista, os CDBs com remuneração 100% determinada no momento da aplicação também tiveram abertura nas taxas. Os papéis de seis meses ofereceram o equivalente a 12,23% ao ano após apresentarem taxa média de 11,44% ao longo de outubro.
Para os vencimentos em 12 meses, a taxa média subiu de 11,98% para 12,30% ao ano, enquanto os títulos que vencem em dois anos pagaram 12,53% ao ano ante 12,35% quinze dias antes.
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Nascimento não coloca os prefixados em sua lista de recomendações, mesmo com “taxas muito atrativas” porque o risco na marcação a mercado é maior. Para ele, é melhor que os investimentos nessa classe mirem o carrego dos papéis até o vencimento.
Retornos de CDBs prefixados de 22 de outubro a 5 de novembro | |||||
Prazo (meses) | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
6 | 11,40% | 12,23% | 12,82% | 18 | Santander |
12 | 12,15% | 12,30% | 12,60% | 11 | ABC Brasil |
24 | 12,26% | 12,53% | 12,85% | 4 | ABC Brasil |
36 | 12,70% | 12,79% | 12,90% | 5 | ABC Brasil |