Israel devolveu os corpos de mais de 80 palestinos mortos em sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, enquanto os ataques aéreos israelenses mataram pelo menos mais 18 pessoas nesta segunda-feira (5), informou o Ministério da Saúde palestino.
Yamen Abu Suleiman, diretor do Serviço de Emergência Civil Palestino em Khan Younis, no sul de Gaza, disse que não estava claro se os corpos haviam sido desenterrados de cemitérios pelo Exército durante a ofensiva terrestre, ou se eram “detentos que foram torturados e mortos”.
“A ocupação não nos forneceu nenhuma informação sobre os nomes, idades ou qualquer outra coisa. Isso é um crime de guerra, um crime contra a humanidade”, afirmou Abu Suleiman.
Os corpos serão examinados na tentativa de determinar as causas da morte e de identificá-los. Posteriormente, eles serão enterrados em uma vala comum em um cemitério próximo ao Hospital Nasser, em Khan Younis.
Os 84 corpos chegaram em mais de 15 sacos, cada um contendo vários corpos, acrescentou Abu Suleiman.
Não houve comentário imediato dos militares israelenses sobre a devolução dos corpos. No passado, Israel disse que devolveu corpos após verificar que não eram reféns israelenses mantidos pelo Hamas desde o ataque a Israel em 7 de outubro.
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Sem acordo de cessar-fogo
Em Jerusalém, o Fórum de Famílias de Reféns Israelenses perguntou por que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu permitiria a entrega de corpos palestinos sem um acordo de cessar-fogo com o Hamas.
“Por que os corpos estão sendo devolvidos fora da estrutura de um acordo abrangente? Esse acordo poderia trazer de volta os reféns vivos para reabilitação e os mortos para um enterro adequado”, afirmou em um comunicado.
No sudeste de Khan Younis, os moradores disseram que os bombardeios aéreos e de tanques israelenses continuaram durante a noite, inclusive em áreas para as quais Israel havia emitido ordens de retirada, afirmando que os militantes estavam realizando ataques a partir de lá.
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Pelo menos 39.550 palestinos foram mortos na campanha militar israelense em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz distinção entre combatentes e civis.
As autoridades de saúde palestinas dizem que a maioria das mortes foi de civis. Israel, que perdeu cerca de 330 soldados em Gaza, diz que cerca de um terço dos palestinos mortos são combatentes.