O iene sobe nesta segunda-feira (5), enquanto a queda de moedas de países emergentes, como o peso mexicano e o real se estende, à medida que os traders continuaram a desmontar operações de carry trade em mercados emergentes.
Frente ao real, por volta das 22h30, 10h30 em Tóquio, o iene japonês tinha uma alta de 1,54%. O peso caiu até 2% em relação ao dólar nas negociações asiáticas, prolongando sua perda para o terceiro dia consecutivo.
As quedas ocorrem enquanto o iene sobe mais de 1% e o yuan chinês se valoriza 0,7%,. As duas moedas são usadas para financiar a estratégia de negociação popular chamada “carry trade”.
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Carry trade pesa em moedas emergentes
A valorização repentina das moeda japonesa, usada em financiamentos, prejudicou as operações de carry trade, que tipicamente envolvem traders que tomam empréstimos a taxas mais baixas em mercados desenvolvidos para investir em ativos de maior rendimento no mundo emergente (caso do Brasil).
Os traders começaram também a se preocupar com o risco de recessão nos EUA depois que a taxa de desemprego subiu para 4,3% nos dados mais recentes, segundo Alvin Tan, chefe de estratégia de moeda asiática no Royal Bank of Canada em Cingapura.
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“O risco de recessão também significa maior volatilidade no mercado, daí o corte nas operações de carry trade”, disse ele. “Acho que isso pode facilmente se estender porque estivemos em um ambiente de baixa volatilidade por tanto tempo, mais de um ano, na verdade.”
O que é um Carry Trade?
As operações de carry trade financiadas pelo iene estavam entre as mais populares nos mercados emergentes, pois a volatilidade permanecia baixa e os investidores apostavam que as taxas de juros japonesas permaneceriam no fundo do poço. Os traders também consideraram o yuan chinês como financiador, dadas as apostas de que a moeda se enfraqueceria em meio a preocupações com a economia do país.
“Nos últimos meses, essa estratégia atingiu um obstáculo tanto no lado dos ativos (por exemplo, os resultados das eleições mexicanas em junho minaram o peso) quanto, desde o mês passado, no lado do financiamento pelo iene”, escreveram estrategistas do ING, incluindo Chris Turner, em uma nota na sexta-feira. A maior volatilidade também “forçou a redução das posições”.
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(Com Bloomberg)