Os eleitores franceses compareceram em grande número ao segundo turno das eleições parlamentares deste domingo (7), que podem ver o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) emergir como a força maior, prejudicando gravemente a autoridade do presidente Emmanuel Macron.

A participação era de 59,71% por volta das 17h (12h, horário de Brasília), acima dos 38,11% no mesmo horário do segundo turno de votação em 2022, disse o Ministério do Interior.

É o nível de participação mais elevado à tarde desde 1981, disseram os institutos de pesquisa Harris Interactive e Ipsos, ilustrando o forte interesse público numa eleição que polarizou as opiniões políticas.

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Os dois institutos preveem uma participação final em cerca de 67%, um nível que não é visto desde 1997.

As últimas pesquisas de opinião previam que o RN conquistaria o maior número de assentos na Assembleia Nacional, mas apontavam que o partido poderia ficar aquém da maioria absoluta. Um parlamento dividido seria o prenúncio de um período prolongado de instabilidade e de impasse político na segunda maior economia da zona euro.

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Se o nacionalista e eurocéptico RN garantir a maioria, isso dará início ao primeiro governo de extrema-direita na França desde a Segunda Guerra Mundial e provocará ondas de choque pela União Europeia no momento em que partidos populistas estão fortalecendo o apoio em todo o continente.

“O país enfrenta três visões radicalmente opostas da sociedade”, disse Olivier Grisal, um aposentado, enquanto caminhava em direção ao seu local de votação na cidade de classe média de Conflans Sainte-Honorine, a oeste de Paris, com sua esposa.

As pesquisas de opinião preveem que o RN de Marine Le Pen emergirá como a força dominante, com os eleitores punindo Macron pela crise do custo de vida.

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No entanto, o RN não deve conseguir a meta de 289 assentos que daria ao protegido de Le Pen, Jordan Bardella, de 28 anos, o cargo de primeiro-ministro com uma maioria ativa.